Veja recomenda Consolação*
No posfácio de Consolação, a romancista francesa Michèle Sarde assinala que se está diante de uma obra “bicultural”: a narrativa trafega entre o Brasil e a França. De fato, a escritora e psicanalista paulista Betty Milan – que é colunista de VEJA – se move com desenvoltura nas duas culturas. Foi discípula do psicanalista Jacques Lacan em Paris, casou-se com um francês – e passa parte do ano em cada país. Neste seu sexto romance, ela oferece uma reflexão sobre a morte. A protagonista Laura enfrenta a agonia de seu marido em Paris, inconformada com a negativa dos médicos em abreviar seu sofrimento. Depois que ele morre, ela volta ao Brasil natal – mas, em vez de procurar a família, vai direto do aeroporto ao Cemitério da Consolação, o mais tradicional da cidade, onde inicia uma viagem onírica entre os mortos.
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*Veja recomenda. Revsita Veja, 19/08/2009.