O incêndio de Notre-Dame

O incêndio de Notre-Dame

betty milan
Folha de S. Paulo, Colunas e Blogs, 06 de junho 2024

 

Notre-Dame em reconstrução – Christian Hartmann/Reuters

 

Notre-Dame, como ninguém ignora,  pegou fogo, no dia 15 abril de 2019, pouco antes das sete da noite.  O incêndio, que durou quinze horas, destruiu a  armação, o teto da nave e a flecha. Com o desabamento da flecha – que pesava 500 toneladas – uma parte da abóboda ruiu. Só conseguiram evitar a destruição completa do edifício porque os  bombeiros foram imediatamente acionados.

Pouco antes de meia noite, naquele dia,  Macron foi à televisão e prometeu a reconstrução em cinco anos. Graças à ação de 600  bombeiros, no dia seguinte,  às dez da manhã, o fogo estava apagado. Houve então um  conselho de ministros e uma convocação nacional para  doações – mais de 800 milhões de euros foram coletados em alguns dias.

Paris não existe sem  Notre–Dame cuja construção começou na Idade Média e levou dois séculos.  Além de ser  um monumento emblemático da cidade,  a catedral é a  sede da arquiodiocese, dedicada à Virgem Maria.

Afim de coordenar o trabalho de reconstrução, Macron escolheu um oficial do exército. Mil artesões de alto nível foram contratados (entalhadores de pedra, restauradores de pintura e escultura, mestres vidreiros).  Por outro lado, eles resolveram limpar o edifício inteiro, inclusive o órgão, apesar de ser necessário desmontar e montar  8.000 tubos, um a um.

Quatro anos depois do incêndio, Macron visitou o canteiro  e subiu até o cimo da flecha para anunciar a reabertura  da catedral em dezembro de 2024. Um momento histórico pois todos duvidavam que a promessa dele pudesse ser cumprida. Será. Também porque na França a  palavra dada  tem valor. Sem este valor a civilização não existe.