Nathalia Timberg diz as muitas faces do amor em Paixão.
Foto de Ricardo Correa/Veja
trecho
Te quero. Mas mesmo na tua presença eu corro o risco de estar só. Pelo simples fato de ser outro você me escapa. Tento, como posso, trazer você para junto de mim, anular o que nos separa.
resumo
Adaptação teatral de “Os dizeres do amor”, capítulo do livro E o que é o amor? Trata-se de um monólogo, no qual a personagem vai da ilusão à desilusão do amor, evocando os poetas da lírica portuguesa e brasileira: Adélia Prado, Antonio Barbosa Bacelar, Bocage, Carlos Drummond de Andrade, Carlos de Oliveira, Fernando Pessoa, Filomena Cabral, Florbela Espanca, Gonçalves Dias, Luís Vaz de Camões, Manuel Bandeira, Meendinho, Neide Archanjo, Sóror Mariana Alcoforado e Vinicius de Moraes.
histórico
A peça foi encomendada por Nathalia Timberg a Betty Milan, que fez a adaptação com a colaboração do professor e linguista Haquira Osakabe, responsável pela pesquisa relativa às líricas portuguesa e brasileira. O texto foi encenado pela atriz em quase todos os estados do Brasil, com direção de Wolf Maia e música do maestro Julio Medaglia, especialmente concebida para a peça. Depois, foi feito um CD da peça, patrocinado pelo Museu Paulista, da Universidade de São Paulo. Em 2014 Nathalia Timberg inaugurou o teatro do Banco Safra com Paixão, uma peça que já está em cartaz há 20 anos.
opinião
Programa de primeira, que encanta os apaixonados (…) agrada e emociona pela delicadeza.
Gabriela Erbetta, Veja São Paulo, 9/11/1994
Paixão é um concerto da palavra.
Nathalia Timberg, jornal O Povo, Belém (PA), 19/09/1995
fortuna crítica
Emoção à flor da pele
Gabriela Erbetta
áudio
Eu te amoclique para ouvir
Eu te amo,
três palavrinhas mágicas,
feitas para me abrir e fechar a chaga,
me prender e me liberar.
Você era o sonhoclique para ouvir
Você era o sonho
que eu nunca antes havia ousado sonhar.
Nem tenho como, nem quero te esquecer.
O nosso sexo era ambíguoclique para ouvir
O nosso sexo era ambíguo,
sem ser andrógino cada um era homem e mulher,
sem ser travesti encarnava os dois sexos.
Assim o amor mascarava a nossa incompletude.
Impossível saber quem éramos.
Eu hoje me pergunto se não era a máscara que amávamos.