A Declaração dos Direito do Homem e do Cidadão foi assinada em Paris
betty milan
Folha de S. Paulo, Colunas e Blogs, 21 de junho 2024
Paris não foi chamada cidade–luz por acaso. Cintila de várias maneiras : nas ruas, onde a luz alaranjada dos lampadários se espraia convidando ao passeio; no Sena, quando o bateau-mouche passa como se fosse uma centopéia iluminada; na Torre Eiffel que, no dia 14 de julho – dia que comemora a revolução francesa – varia de cor conforme a luz e, como se fosse uma fonte, jorra fogos de artifício sempre inusitados.
Paris é cidade luz desde o século XVII porque Luiz XIV mandou instalar lanternas nas ruas para controlar a desordem social. Paris foi primeiro cidade luz por uma questão de segurança. Depois, no século XVIII, por causa do iluminismo, um movimento que promoveu idéias de liberdade e conhecimento. A cidade que, até então brilhava pela luz física, passou a brilhar também pela luz espiritual. Com a chegada da eletricidade, no século XIX, ela se consagrou como cidade luz. A Torre Eiffel foi construída para a Exposição Universal de 1900 e se tornou um ícone cultural.
Por ser de treliça de ferro, também é chamada Dama de Ferro. Tem o nome do engenheiro que a concebeu, Gustave Eiffel, e foi construída para comemorar a revolução francesa. Isso importa mais do que o fato da torre ter sido, durante mais de 40 anos, a estrutura mais alta do mundo – Gustave Eiffel terminou uma das suas palestras sobre ela, dizendo que a torre simbolizava o século da Indústria e da Ciência…para o qual o caminho foi preparado pelo movimento científico do século XVIII e pela Revolução de 1789 que, apesar da guilhotina, culminou na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Pela primeira vez, o lema ” Liberdade, Igualdade, Fraternidade” foi invocado.