Um dia, à sua maneira, ele me disse: “Eu sou seu filho, mas não sou mais o seu filho pequeno”. Disse isso e se afastou. A fim de torná-lo presente e me certificar de que nada justificaria uma ruptura definitiva, escrevi esta carta, me perguntando quem fui e como poderia ter sido. Aprendi que cuidar pode ser sinônimo de se separar e entendi por que ser mãe é uma arte.
resumo
Que mãe sou eu, se pergunta Betty Milan neste livro. Como poderia ter evitado os erros que cometi? Deixando-se nortear pela pergunta, escreve para o filho e rememora a história dos dois a fim de descobrir a resposta. Percebe que não se reconhece em nenhum modelo de maternidade. Conclui que, para ter uma conduta adequada, a mãe precisa escutar o filho. Afirma que não existe modelo de mãe e mãe modelo também não.
Sem nunca passar dos limites que a relação impõe, escreve sobre a sua vida sentimental, recusando a proibição secular de não falar sobre isso com os filhos e apostando na possibilidade deles escutarem.
Um texto arrebatador em que há uma reflexão sobre a mãe e a mulher, inteiramente calcada no vivido da autora. Do nascimento à maturidade, passando pela formação com Lacan em Paris e a volta para um Brasil que ela descobre, o Brasil de Joãozinho Trinta e Gilberto Freyre.
Livre do tabu de que a boa mãe é infalível, Betty Milan comunica essa libertação ao leitor.
leitura dramática
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histórico
Carta ao filho (22/04/2013) foi lançado no espaço Cult (fotos) com a presença da historiadora Mary del Priore. Já antes do lançamento teve grande repercussão na imprensa com matérias generosas nas revistas Bravo!, Claudia e Cult, e nos jornais O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo. Betty Milan foi convidada pela Johnson & Johnson para participar da Campanha de Dia das Mães (vídeo). Segundo Mary del Priore, trata-se da primeira autobiografia publicada por uma autora no Brasil.
opinião
Neste livro, é a ousadia que vigora. Partícipe da Revolução Sexual e de outras revoluções políticas e comportamentais contemporâneas, a autora vive as conquistas das mulheres e recusa a pressão social que pretende fechar a mãe numa clausura. Sua Carta ao filho é uma reflexão séria e profunda sobre a condição materna neste século.
Mirian Paglia, jornalista.
Temos que saudar o trabalho da Betty, um trabalho de grande importância, coragem, e volto a dizer pioneiro.
Mary Del Priore, historiadora